quinta-feira, 25 de junho de 2009

#iranelection

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Figurinha carimbada no trending topics do twitter o título deste post. Todo tuiteiro que se preze tem que dar uma manifestação de solidariedade a Mousavi, candidato derrotado em eleições provavelmene fradulentas. Revolta em Teerã com direito a violenta repressão da guarda revolucionária.

Tá.

Pergunto que diferença faria uma vitória de Mousavi. Também muçulmano, também figurinha da revolução de Khomeini, já foi inclusive primeiro-ministro nos anos 80. Não consta que o Irã fosse mais aberto ou democrático naquela oportunidade.

De qualquer forma, nos EUA (e por conseqüência no Brasil), os guardiães da democracia estão alertas. Tio Sam passou uma descompostura:



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quarta-feira, 24 de junho de 2009

Um ranking do futebol brasileiro (IV) - Campeonato Brasileiro 1990-2002

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Continuando com a série que irá estabelecer o definitivo e indiscutível ranking do futebol brasileiro.

Como já fiz para os períodos anteriores, este ranking considera 5 pontos para o campeão, 2 para os outros 3 semi-finalistas, e mais 1 ponto para os classificados entre o 5° e o 12° lugares.

A CBF continuou dando show de desorganização e de idéias idiotas. O dificulta o trabalho de gente séria como eu. Além da bagunça proporcionada pela CBF, este período foi o pior da história do meu time. Foi também o período áureo do Corinthians. E foi a pior década da história da seleção brasileira (uma decepção em 1990, um título ridículo em 94, e um semi-fracasso merecido em 98). Fatores que, somados, fizeram com que os anos 90 sejam os que eu considero os piores da história do futebol brasileiro.

Mas tenho que incluir esse período negro no ranking geral, mesmo a contragosto. Os dados usados são os disponíveis na wikipedia.

Para o ano de 2000, considerei os 4 semifinalistas da Copa João Havelange, mais os 9 restantes que completaram os 12 primeiros lugares do "módulo azul" - que equivaleu à primeira divisão. Neste ano a CBF teve a idéia de jerico de fazer uma fase de mata-mata com clubes vindos de todas as 4 divisões, o que favoreceu o São Caetano que, mesmo tendo disputado a 2ª divisão ("módulo amarelo") chegou à final do Brasileirão contra o Vasco. E só perdeu por causa das maracutaias do Eurico Miranda, com direito a desabamento do estádio e tudo mais.

A pontuação ficou assim:


1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002
Corinthians 5 1 1 2 2
1
5 5

2 24
Palmeiras 1 1 1 5 5 1 1 2 1 1 1 1
21
São Paulo 2 5 1 2 1 1 1 1
2 1 1 1 19
Vasco
1 2
1

5 1 1 5 1
17
Atlético MG 1 2

2 1 2 2 1 2
2 1 16
Santos 1 1 1 1 1 2
1 2 1

5 16
Grêmio 2

1 1
5
1
2 1 2 15
Cruzeiro 1
1 1
2 1
2 1 2
1 12
Flamengo 1 1 5 1


1 1 1


11
Botafogo 1 1 2
1 5
1




11
Portuguesa
1
1 1 1 2 1 2



9
Fluminense
2


2



1 2 2 9
Internacional
1 1

1 1 2

1 1
8
Atlético PR





1

1 1 5
8
Goiás 1



1 2


1 1 1 7
Bragantino 1 2 2
1 1






7
Guarani

1 1 2
1
1 1


7
Vitória


2


1
2

1 6
Sport

1


1 1 1
1

5
Bahia 2


1




1 1
5
São Caetano









2 2 1 5
Juventude




1
1



1 3
Ponte Preta








1 1 1
3
Coritiba







1


1 2
Paraná


1








1
Remo


1








1


E o ranking geral:


1958-69 1971-79 1980-89 1990-2002 total
Santos 29 5 7 16 57
Palmeiras 12 19 3 21 55
Vasco 3 13 13 17 46
São Paulo
12 13 19 44
Corinthians
9 8 24 41
Flamengo 2 6 20 11 39
Internacional 1 24 6 8 39
Atlético MG
13 10 16 39
Grêmio 3 6 13 15 37
Cruzeiro 7 10 5 12 34
Botafogo 8 7 4 11 30
Fluminense 2 4 11 9 26
Bahia 9 3 7 5 24
Guarani
8 6 7 21
Sport 1 2 10 5 18
Coritiba
6 9 2 17
Portuguesa
2 5 9 16
Atlético PR
2 5 8 15
Vitória
3 2 6 11
Goiás
1 2 7 10
Ponte Preta
1 4 3 8
Bragantino


7 7
América RJ 1 2 4
7
Náutico 6
1
7
Santa Cruz 1 5

6
Bangu

5
5
São Caetano


5 5
Operário MS
3 1
4
Fortaleza 4


4
Juventude


3 3
Ceará 1
2
3
Inter de Limeira

2
2
Criciúma

2
2
Londrina
2

2
Brasil de Pelotas

2
2
Joinville

1
1
América MG
1

1
Anapolina

1
1
Santo André

1
1
Rio Branco ES

1
1
Ferroviária SP

1
1
Treze PB

1
1
Paraná


1 1
Remo


1 1
São José SP

1
1
Uberlândia
1

1
Atlético GO

1
1


Confira os outros períodos desta série:

Um ranking do futebol brasileiro (I) - Taça Brasil 1958-1969

Um ranking do futebol brasileiro (II) - Campeonato Brasileiro 1971-1979

Um ranking do futebol brasileiro (III) - Campeonato Brasileiro 1980-1989

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terça-feira, 23 de junho de 2009

O Departamento de História discutindo os problemas da USP

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Esta carta me chegou por e-mail, visto que sou aluno de doutorado lá do departamento de História da USP. Daria um olho para estar lá, mas não foi possível:

Dando prosseguimento à nossa disposição de abrirmos um diálogo franco e amplo entre todos os membros do Departamento de História nesse momento de tensões que atingem a todos nós, realizaremos outro encontro dia 17/6, quarta-feira próxima, às 17:00 no auditório da História. No xerox há um texto que pode ajudar-nos a pensar, intitulado "A Faculdade no Centenário da Abolição", de Antonio Candido, publicado em "Vários Escritos". Além do que o texto poderá nos inspirar, partiremos do que foi dito na nossa primeira reunião, que em linhas gerais diz respeito a: discutir a democratização da universidade e ampliar o debate a esse respeito, inclusive para fora da universidade; pensar em novas práticas de ação e avaliar os prejuízos trazidos pela
greve; aproveitar a crise vivida para pensar sobre a qualidade do ensino e sua vinculação com a prática, sobre o papel da universidade, sobre a educação pública e a UNIVESP; discutir o papel dos professores fora de sala de aula; discutir as formas violentas de impor as posições; exercitar o poder de argumentação.

Procederemos da mesma forma feita na reunião anterior, aceitando a inscrição de todos até um dado teto de tempo, para que dessa forma possamos conhecer o maior número possível de posições e nos fortalecermos a partir daquilo que nos une.

Aproveito para agradecer a presença de todos na reunião do dia 10/6.

Cordialmente, Chefia do Departamento de História.


Como se pode ver, há gente fazendo a necessária auto-crítica, e espera-se que a maioria possa derrotar esta minoria hiper-ativa que domina o movimento estudantil e sindical. Pergunto se era necessário chegar a tanto para isso acontecer.

Já da reitoria, do comando da polícia, do governo do estado e da imprensa não há que se esperar nenhuma auto-crítica. A truculência é seu modus operandi - que só será mudado com um amplo processo político.

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sábado, 13 de junho de 2009

Sobre a polícia na USP

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Todo mundo já deve ter ouvido a notícia.

Tinha uma greve de funcionários na USP.

Aliás, as greves são uma constante lá. O governo do Estado e a reitoria não dialogam com os funcionários. Da última vez houve inclusive uma ocupação da reitoria por mais de 40 dias. Contra uma iniciativa de Serra para cercear a autonomia universitária (na gestão dos recursos).

Essa de agora inclusive era para reivindicar a readimissão de funcionários injustamente demitidos.

A reitoria pediu polícia no campus (coisa que não tinha feito da outra vez, pelo que foi muito criticada por certos setores).

Quando a polícia montou guarda no campus, alunos e professores aderiram ao movimento que antes era apenas de um grupelho de funcionários. Os alunos fizeram uma passeata exigindo que a polícia saísse do campus.

O governo mandou a tropa de chocque. A tropa de choque bateu nos alunos, jogou bombas de gás, perseguiu-os até o prédio de História. Cercou o prédio, não permitiu que ninguém saísse ou entrasse, enquanto continuava o bombardeio e o espancamento. Inclusive de quem não tinha nada a ver com a manifestação.

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Deve ter gente que acha justificável a ação da polícia.

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Uma dançarina de boate fazendo estrepitise no altar de uma catedral.

Não é um escândalo? Uma violação? Um sacrilégio?

Tanto quanto colocar a tropa de choque dentro de uma universidade.

E não é uma universidade qualquer.

A USP é a primeira e maior universidade brasileira.

A Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH - ou "fefeléch") surgiu dos departamentos fundados por professores franceses que aqui começaram suas carreiras acadêmicas, entre eles Lévy-Strauss e Braudel. A primeira geração de professores brasileiros incluiu gente como Florestan Fernandes e Antônio Cândido.

O prédio de História, onde a polícia bombardeou, é onde trabalham intelectuais como Boris Fausto, Carlos Guilherme Mota, Nicolau Sevcenko, Lilia Moricz Schwartz, Laura de Mello Souza, entre outros.

Entende o que quero dizer?

Um templo sagrado do saber.

Lugar que deveria estar preservado da presença violenta da tropa de choque.

Que o governador esteja disposto a sucatear este espaço de saber, achatar os salários, dificultar as condições de trabalho e recusar-se a negociar com grevistas é até compreensível. Mas que extrapole tudo isso para mandar a tropa de choque é inaceitável. Nem os governos militares chegaram a tanto.

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Uma atitude que precisa de repúdio veemente da sociedade.

Sociedade que já repudiava os excessos dos grevistas, mas que agora torna-se solidária com eles diante da truculência injustificável.

Muitos blogs já deram recado semelhante.

Recomendo:


A USP invadida pela PM
(no blog do Guaciara)

Um tweet que virou charge (no Digestivo cultural)




José Serra e Suely Vilela enviam PM contra estudantes e professores (no efeito Joule)

Urgente! Polícia de José Serra espancando e bombardeando estudantes na USP (no Biscoito Fino e a Massa)




Crise na USP. Um estado sem liderança (no blog do Luis Nassif)

A irresponsabilidade de se mandar a polícia a um campus universitário (no blog do Tulio Vianna)

O professor e a PM paulista (no blog do Luis Carlos Azenha)



Deve ter muito mais coisa por aí.

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Este post vai ficar aqui na primeira página por uns tempos, pra ninguém esquecer tão rápido disso...

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