Eu cá deste blog estou a organizar, por iniciativa própria extra-oficial e totalmente desautorizada, um ranking histórico do futebol brasileiro.
Começo com este primeiro post onde faço um ranking da Taça Brasil, com base nos dados disponíveis na wikipedia.
Começo o ranking por este torneio, por que não posso considerar brasileiro um torneio Rio-São Paulo, entre muitos motivos porque o Brasil não é só Rio-São Paulo. Nem o Roberto Gomes Pedrosa porque este, além de curta duração, restringia a participação a um Rio-São Paulo mais Minas-Rio Grande do Sul. Como não sou de nenhum destes estados, não posso concordar com esta palhaçada.
A Taça Brasil era disputada em forma de mata-mata, com os clubes do Rio-São Paulo levando a vantagem de entrarem já na semi-final. Desonesto, mas pelo menos existia uma remota possibilidade de um time de outro estado furar a panelinha.
Assim, estabeleço como critério de pontuação para o ranking:
campeão: 5 pontos
vice: 2 pontos
3º e 4º lugares: 1 ponto
Se você discordar ou não gostar da pontuação comente aí embaixo. Vou usar estes pontos aqui para fazer um ranking mais amplo depois, incluindo o Campeonato Brasileiro a partir de 1971.
campeão | vice | 3º | 4º | |
1959 | Bahia | Santos | Grêmio | Vasco |
1960 | Palmeiras | Fortaleza | Santa Cruz | Fluminense |
1961 | Santos | Bahia | América – RJ | Náutico |
1962 | Santos | Botafogo | Sport | Internacional |
1963 | Santos | Bahia | Grêmio | Botafogo |
1964 | Santos | Flamengo | Ceará | Palmeiras |
1965 | Santos | Vasco | Náutico | Palmeiras |
1966 | Cruzeiro | Santos | Náutico | Fluminense |
1967 | Palmeiras | Náutico | Grêmio | Cruzeiro |
1968 | Botafogo | Fortaleza | Cruzeiro | Náutico |
Ranking | clube | pontos | |
1º | Santos | 29 | |
2º | Palmeiras | 12 | |
3º | Bahia | 9 | |
4º | Botafogo | 8 | |
5º | Cruzeiro | 7 | |
6º | Náutico | 6 | |
7º | Fortaleza | 4 | |
8º | Grêmio | 3 | |
9º | Vasco | 3 | |
10º | Fluminense | 2 | |
11º | Flamengo | 2 | |
12º | Ceará | 1 | |
13º | Internacional | 1 | |
14º | Santa Cruz | 1 | |
15º | América – RJ | 1 | |
16º | Sport | 1 |
Só por curiosidade, se quiser fazer um ranking por estados, da pra perceber o seguinte:
SP - 41 pontos
RJ - 16
BA - 9
PE - 8
MG - 7
CE - 5
RS - 4
Em posts futuros, vou incluir outros torneios e chegar ao ranking defitivo, que eliminará todas as possíveis dúvidas sobre quem é quem na história do futebol brasileiro.
Quem viver verá...
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5 comentários:
Pô, mas assim não dá, esse Santos era covardia!!!
É,
o Santos de Pelé era uma máquina. Também foi bi-campeão mundial. Era um arraso.
Pena que não pude ver aquele time jogar...
Interessantíssimo o ranking! Aguardo a seqüência!
Sobre o Roberto Gomes Pedrosa (que era o nome oficial do Rio-São Paulo), que a partir de 1967 foi ampliado para outros Estados.
Diz-se que esse torneio foi o precursor do Brasileirão porque os times davam mais valor a participação nele do que na Taça Brasil. Pois na Taça Brasil todos os Estados estavam representados, enquanto no "Robertão" o critério para participação era o convite - o que simbolizava o reconhecimento por parte do eixo Rio-São Paulo. Ou seja: mesmo que não valesse vaga na Libertadores (como a Taça Brasil), o "Robertão" dava mais prestígio.
Esse ano faço meu trabalho de conclusão, e pretendo estudar a relação futebol-identidade regional no RS nessa época, quando chegou a acontecer uma união entre as torcidas de Grêmio e Inter no "Robertão" de 1967.
Abraços
União de gremistas e colorados? Essa história vou querer ouvir melhor...
Já comecei a fazer meu projeto, no segundo semestre escrevo e defendo a monografia.
Mas em 2007 já fiz uma pesquisa similar, embora mais limitada: tratei apenas do "Robertão" de 1967, e usei apenas um jornal, a "Folha da Tarde Esportiva" (que circulava apenas nas segundas-feiras, quando não havia edição normal da "Folha da Tarde"). Desta vez pretendo pegar o período de 1966 (fracasso do Brasil na Copa da Inglaterra, quando começa a se discutir uma ampliação do Rio-São Paulo) a 1969 (quando o Inter inaugura o Beira-Rio, e não precisa mais jogar no Olímpico pelo "Robertão"). Pois em 1967 e 1968 as rendas do mandante dos jogos no Olímpico eram divididas irmanamanente entre Grêmio e Inter.
Segundo relatos, a união das torcidas aconteceu apenas no "Robertão" de 1967: no Gauchão, a rivalidade voltou ao normal. Só que não consultei os jornais de 1968 (até por falta de tempo, comecei a fazer a pesquisa meio em cima da hora) para saber se houve uma reedição da "Torcida Gre-Nal" ou se a rivalidade manteve-se mesmo no "Robertão", visto que o futebol gaúcho havia "se afirmado" com a boa campanha de Grêmio e Inter em 1967 (os dois chegaram à fase final, junto com Corinthians e Palmeiras).
Essa idéia de "afirmação" foi uma boa estratégia, pois quem tivesse boa memória lembraria que o Brasil fora representado no Campeonato Pan-Americano de 1956 por uma "seleção gaúcha".
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