quarta-feira, 1 de abril de 2009

No tempo da "ficção científica" - o serviço doméstico

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Um dia desses li no Ágora com dazibao no meio um post chamado Para além do meu campo semântico. Tudo que o Ricardo fez foi postar uma charge do Quino que mostra um mendigo ganhando uma polpuda esmola para comer num restaurante de luxo, mas preferindo gastar a quantia em hambúrgueres. O mais interessante é a proverbial caixa de comentários que este post suscitou.

A questão de fundo é a incapacidade humana de compreender conceitos com os quais não está acostumado a lidar. Que valor tem a alta gastronomia para quem não tem papilas capazes de perceber suas nuances? (Na verdade não tem nada a ver com as papilas, mas com o processamento da informação gustativa no cérebro.)


Tá.

E o que isso tem a ver com "ficção científica"?


Acontece que achei outro dia, no Favoritos, uma dica do site Paleo-future, dedicado a mostrar as antigas visões de como seria o futuro. Entre as muitas coisas interessantes que se pode encontrar lá, me chamou a atenção uma cozinha do futuro, cheia de apetrechos para facilitar o trabalho de uma "dona de casa".



Em 1943 os gringos eram capazes de imaginar apetrechos de cozinha para facilitar o serviço doméstico. Provavelmente para que as mulheres pudessem desempenhar melhor a dupla jornada que a guerra lhes impôs: enquanto os maridos foram lutar na Europa, elas assumiram os postos nas fábricas, lojas e escritórios, e continuaram desempenhando os serviços domésticos.

Mas acho que ninguém imaginava ainda uma cozinha sem "dona de casa".

Seria uma coisa muito além do campo semântico...

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