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Outro dia fui a Joinville compor a banca dos projetos apresentados à lei municipal de incentivo à cultura. A lei apresenta duas modalidades de financiamento de projetos: uma em que o proponente busca o patrocínio de empresas, cujos valores são deduzidos dos impostos municipais; outra em que os recursos da prefeitura são diretamente aplicados no projeto.
Estive na banca desta segunda modalidade, que destinou R$ 800 mil, divididos em diversas categorias. Eu participei da banca dos projetos de música popular, que dispunha de R$ 90 mil a serem distribuídos em projetos de até R$ 20 mil.
Os projetos foram avaliados conforme mérito artístico, currículo dos proponentes, coerência orçamentária e de prazos do cronograma, bem como caráter multiplicador e contrapartidas sociais. No total dos projetos pode-se dizer que anda faltando imaginação para o que sejam contrapartidas sociais. O projeto típico é a gravação de um CD, e o proponente inclui um show em escola pública ou asilo imaginando que isso seja suficiente como contrapartida social. Ainda se confunde contrapartida social com esmola, infelizmente.
Sobre o caráter multiplicador, muitos projetos imaginaram uma aplicação do recursos públicos de uma forma que beneficiava muito pouca gente além do próprio proponente. Ainda precisa-se caminhar muito na direção de projetos que gerem emprego e renda de forma sustentável, que sejam formadores de platéia, que transfiram conhecimento de forma ampla, que dinamizem a utilização de espaços públicos, que contribuam para formação profissional e enriquecimento cultural de uma maior grupo de pessoas.
É preciso que se diga que o SIMDEC (orgão da Fundação Cultural de Joinville responsável pela aplicação da lei) investe alto na capacitação de agentes culturais para incrementar a qualidade dos projetos.
No fim, acabaram sendo aprovados os projetos que conseguiram, apesar dos problemas, imaginar o maior alcance público com a melhor qualidade artística possível. Entre eles: uma série de 40 apresentações de música ao vivo em terminais de ônibus da cidade; uma série de concertos didáticos sobre história da música brasileira em escolas municipais; rodas de choro na Estação da Memória.
Ressalto a seriedade e profissionalismo do SIMDEC, nas pessoas de Luciano Pereira e Rita Silva. Tive ainda o grande prazer de conviver na banca com o Leo Garcia e o Rodrigo Paiva.
Veja na página da FCJ o resultado dos projetos aprovados.
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