quarta-feira, 1 de abril de 2009

Reavaliando o legado da ditadura

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Acompanhei de longe a polêmica sobre o papel ridículo da Folha de São Paulo no episódio da "ditabranda".

Há importantes setores da classe média brasileira que são saudosos do tempo dos milicos. Não é difícil identificar nesta turma os leitores da Veja. O episódio da Folha indica que ela tem percepção de que são também uma parte importante do seu público (a Folha já não é como nos anos 1980 e 1990, quando se consolidou como um jornal em favor da democratização). Aliás, acompanhar, como eu faço, esporadicamente estes dois veículos é constatar a perda de massa encefálica deste estrato social no Brasil.

Nos últimos dias duas matérias interessantes reavaliando o legado da "ditadura". (Coloco o termo entre aspas devido à impropriedade sociológica do termo para um regime que teve eleições e troca de governantes, economia de mercado e funcionamento normal do judiciário - na verdade continuamos quase tão arbitrários como naquela época, e os figurões da política são quase os mesmos até hoje.)

Recomendo as duas:

Os anos de proibir são de ontem. Matéria de Flávio Tavares para o Zero Hora, repercutida pelo Luis Nassif. Demonstra a origem da corrupção endêmica nas práticas políticas do regime militar. E comenta os tímidos esforços para superar a impunidade nos extratos superiores da política e das finanças.

"Milagre" pós-64 concentrou renda em período de expansão econômica
. Matéria da Agência Brasil feita com acadêmicos e estatísticos que analisam estudos mostrando que o fantástico crescimento do período militar foi apropriado por setores da elite e da classe média. Aos pobres sobrou apenas porrada.

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Um comentário:

Unknown disse...

Caro André.a Veja realmente cada dia se torna mais lamentável.O que mais me irrita é o insuportável Diogo Mainardi,com sua arrogância
pseudo-intelectual,suas pedras sempre prontas para quaisquer atos e pronunciamentos do governo(não que esse seja santo,mas 100% errado é difícil).Deixei de assistir o Manhattan Connection por causa dele.E é um escritor de segunda que se acha muito.Abraço do James.